Covid-19: vacina da Johnson & Johnson tem eficácia geral de 66%
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Publicado em 29/01/2021
 

A Johnson & Johnson anunciou nesta sexta-feira (29) a eficácia e os dados de segurança do ensaio clínico da Fase 3 da sua vacina contra a Covid-19. Globalmente, a dose única da vacina da Janssen (braço farmacêutico companhia) foi 66% eficaz em geral na prevenção de casos moderados a grave, 28 dias após a aplicação.

 

De acordo com a farmacêutica, o início da proteção foi observado já no dia 14. Especialistas, porém, demonstraram preocupação com a disparidade de resultados entre países diferentes, já que o nível de proteção contra a infecção da Covid-19 foi de 72% nos Estados Unidos, 66% na América Latina e 57% na África do Sul – onde uma variante altamente contagiosa está causando a maioria dos casos.

 

Estudos sugerem que esta variante também interfere na eficácia das vacinas feitas pela Pfizer-BioNTech, Moderna e Novavax. A vacina Janssen, porém, foi 85% eficaz na prevenção de doenças graves, independentemente da variante que a causou, disse a empresa.

 

A Johnson & Johnson afirmou que planeja solicitar a autorização de emergência junto à Food and Drug Administration (órgão equivalente à Anvisa dos Estados Unidos) já na próxima semana, preparando-se para receber liberação no final de fevereiro. “Esta é a vacina contra a pandemia que pode fazer a diferença com uma única dose”, afirma o diretor científico da Johnson & Johnson, Paul Stoffels.

 

A Ad26.COV2.S, como foi nomeada cientificamente, está sendo devolvida pela Janssen, uma farmacêutica subsidiária da Johnson & Johnson. Imagem: Carlos l Vives/Shtterstock

 

 

Vacina “dos sonhos”

 

O governo brasileiro já demonstrou interesse na vacina da Johnson & Johnson. Há uma parceria firmada com a empresa para o fornecimento de três milhões de doses do imunizante com entrega no segundo trimestre, possivelmente em maio. Também estão previstas mais 35 milhões de doses, sendo oito milhões previstas para este ano e o restante apenas em 2022.

 

Pelas palavras do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a vacina da Johnson & Johnson é o sonho do país para a campanha de vacinação. Além do fato de ser dose única, ela também pode ser armazenada em uma geladeira comum, o que a torna compatível com a rede de distribuição brasileira. É diferente do que oferecem a Pfizer e Moderna, que dependem de armazenamento muito mais frio e dificultam sua distribuição.

 

Órgãos reguladores, entretanto, ainda esperam os dados da nova fábrica da farmacêutica em Baltimore que provem que ela pode produzir a vacina em massa. A companhia conta com essa fábrica para ajudar a cumprir a promessa contratual ao governo federal de 100 milhões de doses até o final de junho.

 

Ao contrário das vacinas de RNA mensageiro feitas pela Pfizer-BioNTech e Moderna, a Johnson & Johnson usa um adenovírus, que normalmente causa o resfriado comum. A AstraZeneca e a Universidade de Oxford usaram um adenovírus diferente para sua vacina contra o coronavírus, assim como os russos que criaram a Sputnik V.  

 

A versão modificada do vírus fornece ao organismo “instruções” sobre a construção de uma réplica da proteína spike que o Sars-Cov-2 usa para se ligar às células. O adenovírus modificado não pode se replicar em células humanas, no entanto, o que significa que não levará à doença – apenas uma resposta imunológica que pode ser posteriormente empregada para combater a Covid-19.

 

 

Fonte: Olhar Digital

 

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