Michel Teló durante sua live no domingo de Páscoa/Imagem: Youtube/Reprodução
As lives de artistas no YouTube e nas redes sociais se tornaram uma das melhores maneiras de entreter as pessoas que estão presas em casa durante a quarentena e ainda arrecadar doações para combater o impacto do coronavírus nas comunidades que mais precisam de ajuda. Mas desde o início das apresentações ao vivo, uma parte dos espectadores está sendo enganada por links clandestinos das lives dos artistas.
Marília Mendonça comentou, em sua live, que cerca de 1 milhão de pessoas estava assistindo ao seu show fora da transmissão oficial. Michel Teló reclamou do mesmo problema durante sua apresentação, pedindo que os espectadores prestassem atenção no canal onde assistiam ao show.
"Isso está ocorrendo em todas as lives. É um golpe porque eles acabam arrecadando doações também", alerta a assessoria de Marília Mendonça, procurada pelo UOL. Bruno & Marrone e Marcos & Belutti também passaram pela mesma situação, tendo seus vídeos veiculados de forma ilegal em outros canais do YouTube.
Para não cair no golpe e ter certeza de que está assistindo e doando de maneira segura, o UOL conversou com o YouTube e o PagSeguro, responsável por organizar as doações durante a live de Teló, e te mostra os cuidados para não ser enganado.
Links falsos pipocaram durante lives de Marília Mendonça e Bruno e Marrone Imagem: Youtube/Reprodução
Fique atento ao link oficial
Antes de assistir às lives, é preciso se certificar de um detalhe principal: o vídeo deve ser acompanhado nos links oficiais, divulgados nas redes sociais do artista ou da empresa patrocinadora, ou mesmo em um canal à cabo.
"O risco só existe quando o espectador acessa os canais não-oficiais. Na live do Teló, recebemos algumas denúncias. Neste caso, o procedimento tomado é acionar o provedor que hospeda o link falso para derrubá-lo", esclarece Marcio Drumond Araujo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do PagSeguro, empresa que organizou as doações durante a live de Michel Teló, no domingo de Páscoa.
A empresa reforça que toma medidas de segurança para evitar a propagação desse conteúdo clandestino, divulgando as orientações de como acessar a live somente via canais oficiais e hospedando o evento em sites apropriados, como o YouTube. Mesmo diante do problema, a empresa explica que a audiência das lives clandestinas foi muito pequena, não causando prejuízo para o evento oficial.
"Também recebemos denúncias de links falsos para doação, mas novamente, quem acessa os canais oficiais não corre risco. Não há como medir isso, mas dada a baixa audiência de links piratas, é provável que os valores arrecadados sejam muito baixos", pondera Marcio.
"O principal cuidado é ter certeza de que está acessando [a live] de um dos canais oficiais do evento. Uma dica é visitar o site oficial da empresa que divulga o evento e entrar na transmissão a partir de lá", reforça.
Identificando conteúdo verdadeiro
O YouTube conta com uma ferramenta chamada Content ID que serve para proteger o conteúdo dentro da plataforma. Ela também vale para as transmissões ao vivo, verificando a procedência do conteúdo e notificando a existência de material correspondente à obra de outro proprietário.
"Temos trabalhado com artistas e gravadoras para auxiliá-los no uso desses recursos e para dar agilidade a denúncias relacionadas a retransmissões não-autorizadas", esclarece um porta-voz do YouTube.
"Todo o conteúdo disponível no YouTube deve estar de acordo com nossas políticas, que proíbem, por exemplo, o uso indevido de conteúdo de terceiros", diz o YouTube. De acordo com a empresa, os proprietários do material, no caso a gravadora dos artistas, devem reivindicar o conteúdo e pedir para que os links clandestinos sejam derrubados.
Procurada pelo UOL, a Som Livre, gravadora de Michel e Marília, não se manifestou sobre as denúncias até a publicação da reportagem.
Por: Entretenimento UOL