Viaduto do Chá vazio no dia 27 de março, durante a quarentena do coronavírus em SP — Foto: Giaccomo Voccio/G1
O índice de poluentes que desencadeiam doenças respiratórias também diminuiu em cerca de 30% durante o período.
O índice de poluentes que são liberados diretamente no ar da cidade de São Paulo diminuiu 50% durante a primeira semana de quarentena obrigatória, que teve início no dia 24 de março devido à pandemia do novo coronavírus. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (8) pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A análise feita por Maria de Fátima Andrade, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG – USP), comparou os períodos de 15 a 21 de março e 22 a 28 de março.
“Esse céu mais limpo que pode ser notado em São Paulo já no início da quarentena é resultado da redução na circulação de veículos, a principal fonte de emissão de poluentes na cidade”, afirma a pesquisadora.
O índice de poluentes que desencadeiam doenças respiratórias também diminuiu em cerca de 30%. Essas partículas são pequenas e podem estar suspensas no ar ou sendo geradas por meio de reações químicas, como a queima de combustíveis.
Segundo a professora, a redução dos poluentes ocorreu de forma desigual na cidade, sendo que a mais notória ocorreu na região Central da capital paulista. Ela diz que isso já era algo esperado, uma vez que, em condições normais, a emissão de poluentes na cidade também varia entre os diversos bairros.
As condições atmosféricas influenciam bastante no quão concentrados estes poluentes se encontram na atmosfera. De acordo com Andrade, a chuva é o principal mecanismo para se remover estas partículas do ar. Por isso, em março de 2019, um mês muito chuvoso, também foi registrada uma grande queda nos índices de poluição na capital.
Em 2020, que teve o mês de março mais seco em décadas, a quarentena foi o principal fator que influenciou na queda ocorrida, já que as condições meteorológicas das semanas analisadas foram muito parecidas. "Era até para estar acumulando mais concentração de poluentes, porém houve uma queda considerável, sobretudo nos poluentes associados aos combustíveis", diz a pesquisadora.
Por: G1 SP — São Paulo