Fábrica de perfumes da Natura em Cajamar, São Paulo/Foto: Divulgação
Com um número cada vez mais alto de infectados ao redor do mundo, a pandemia de coronavírus já atinge de maneira contundente não só a saúde como o bolso dos brasileiros. Além de contar com o poder público para pedir socorro em momentos como esse, a população espera que a iniciativa privada amplie os esforços nesse combate. No Brasil, esse movimento já começa a acontecer.
Na tentativa de manter vagas de emprego ativas em prol da economia, gigantes do setor financeiro, de alimentos e até de vestuário assinaram o manifesto do Movimento Não Demita, no qual se comprometem a não adotarem programas de demissões em massa. Assinam a carta empresas como Magazine Luiza, Natura, Banco Inter, Bradesco, Weg e JBS.
Além de iniciativas como essa, que buscam a manutenção de empregos, grandes companhias privadas que atuam no Brasil estão anunciando grandes doações em dinheiro e tomando medidas como a produção de álcool e EPIs.
Confira, a seguir, algumas delas:
Ambev
Uma das maiores empresas privadas do Brasil, a companhia de bebidas destinou uma linha de produção ao álcool em gel, que está sendo elaborado a partir do álcool que sobra do processo de fermentação da cerveja sem álcool Brahma 0,0%. Cerca de 500 mil unidades de garrafas PET contendo o produto serão destinadas a hospitais públicos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde se concentra a maior parte dos casos de COVID-19 até o momento. Além disso, a AMA, marca de água mineral da empresa, vai doar 30 mil galões de água potável à comunidade do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
O Boticário
O grande conglomerado de empresas de beleza, que reúne marcas como O Boticário, Eudora, Vult e Beautybox, intensificou a produção e o envase de álcool em gel e sabonetes para doação a pessoas em vulnerabilidade social, governo e redes públicas de saúde.
Ao todo, as doações somam 216 toneladas de produtos antissépticos. Só na capital paranaense, Curitiba, onde fica a sede da principal marca do grupo, foram distribuídas 1,7 toneladas de álcool 70% aos hospitais públicos.
BP Bunge
Nascida da fusão de duas grandes empresas globais, a companhia, que atua no mercado de etanol, bioeletricidade e açúcar, passou a produzir álcool líquido 70%, de acordo com as recomendações da Anvisa para doar ao Sistema Único de Saúde (SUS).
GM
Expoente do setor automotivo, a companhia reuniu esforços com o Ministério da Economia, o Senai e a Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin) para consertar mais de 3 mil respiradores que não estão em funcionamento no sistema público de saúde.
Outra medida é a doação de 3 mil óculos de segurança aos profissionais de saúde e o empréstimo de uma frota de 105 veículos para o uso de autoridades. Além da iniciativa, a empresa vai doar 5.500 cestas de alimentos, higiene e limpeza para comunidades vulneráveis de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde a GM atua.
iFood
O aplicativo de delivery anunciou a criação de dois fundos a partir do caixa da startup. Um deles, de R$ 50 milhões ficará disponível para restaurantes, que devem receber uma devolução de parte das comissões cobradas pela empresa. Restaurantes familiares e independentes são as prioridades. Outro fundo, de R$ 1 milhão, é destinado a entregadores que apresentarem quaisquer sintomas e precisem ficar em casa, sem trabalhar.
Itaú, Bradesco e Santander
Nesta semana, o banco Itaú anunciou a doação de R$ 150 milhões para o fortalecimento da infraestrutura hospitalar de comunidades vulneráveis. Parte da verba será destinada à Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para a construção de um novo hospital. Outra parte será entregue ao Hospital Municipal Moyses Deutsch, localizado no bairro do M’boi Mirim, na zona sul de São Paulo.
Em parceria com Bradesco e Santander, a instituição também se comprometeu a investir R$ 50 milhões na compra de máscara de pano feitas por costureiras microempreendedoras e também a adquirir 5 milhões de testes para examinar pessoas com sintomas.
JBS
Gigante do setor de alimentos, a companhia se comprometeu a doar dois milhões de sabonetes a abrigos para idosos e famílias das favelas de São Paulo e do Rio de Janeiro até o próximo dia 4 de abril. A ação será coordenada junto à Central Única das Favelas (Cufa), que fará a distribuição dos produtos. Os sabonetes estão sendo produzidos no setor de higiene e limpeza da marca, alocado na cidade de Lins, no interior paulista.
MRV
Ao lado de outras empresas do grupo, como Log CP e Banco Inter, a construtora se comprometeu a doar R$ 13,6 milhões para combater a pandemia do novo coronavirus. Boa parte da verba será destinada à compra de respiradores para hospitais de Minas Gerais, onde fica a sede da companhia. Outra parte da doação será usada na compra de EPIs para os profissionais da saúde do estado.
Natura
Depois de se comprometer a não adotar nenhum programa de demissões por pelo menos dois meses, a gigante do setor de beleza e higiene fechou as portas de suas lojas físicas, incluindo unidades das outras marcas da companhia, como a The Body Shop e Aesop.
Além disso, as linhas de produção da Natura vão produzir somente itens de higiene pessoal, incluindo álcool em gel e líquido, enquanto a fabricação de linhas de maquiagem e perfumaria serão interrompidas temporariamente.
Unilever
A empresa já doou cerca de R$ 3 milhões em produtos de higiene e beleza, como sabonetes, creme dental e sabão em pó, para comunidades carentes de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O destino dos kits é definido com os governos de cada estado para atingir as famílias em maior situação de risco durante a pandemia.
Tinder
No meio de tanta maldade e de tanta guerra, algumas empresas querem lutar pelo amor e pela saúde mental de seus usuários. No último domingo (29), a plataforma de relacionamentos registrou o maior número de interações de sua história.
E pensando em favorecer ainda mais a interação humana em época de isolamento, o aplicativo liberou gratuitamente a “função passaporte”, que permite que usuários se conectem com interlocutores de outros países. Em condições normais, o uso da ferramenta seria cobrado. Desde então, as conversas diárias ao redor do mundo aumentaram em média 20% e sua duração média se tornou 25% maior.
Volkswagen
Além de redesenhar seu logotipo para transmitir a mensagem de que o afastamento social é importante no combate à doença, a montadora disponibilizou uma frota de 100 veículos para o governo do estado de São Paulo e para as prefeituras de quatro municípios paulistas onde ficam suas unidades.
Os carros vão apoiar o deslocamento de médicos e enfermeiras e transportar medicamentos e equipamentos de saúde. Outra ação da marca foi a doação de mil máscaras e o oferecimento gratuito de serviços de reparo veículos das Secretarias da Saúde dos estados de São Paulo e do Paraná, nos quais a companhia mantém fábricas.
WEG
Líder do setor de motores industriais e transformadores, a WEG anunciou que vai fabricar cerca de 500 respiradores após assinar uma parceria com a Leistung LTDA e obter a patente do equipamento. Além disso, a empresa vai suprir toda a demanda de álcool em gel 70% de três hospitais catarinenses próximos a sua sede.
Para produzir o antisséptico, a empresa conta com a estrutura de sua linha de produção de tintas acrílicas, com fórmula aprovada junto à Anvisa. A empresa também se comprometeu a não adotar programas de demissão.
Ypê
Especializada no setor de limpeza e higiene, a Ypê anunciou doações de sabão em barra para comunidades carentes, de São Paulo e Rio de Janeiro. Na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, foram distribuídas 21 toneladas de sabão em barra, o equivalente a mais de 100 mil unidades do produto.
O cálculo foi feito para que cada família da região receba pelo menos um quilo de sabão, o suficiente para dois meses de consumo. No Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, chegaram cerca de 125 mil unidades do produto, aproximadamente 25 toneladas.
Por: CNN Business, em São Paulo