Árbitro de futebol trabalha como enfermeiro em MG no combate ao coronavírus
Saúde
Publicado em 06/04/2020

Graduado em enfermagem, Igor Junio Benevenuto dá plantões noturnos em UPA de Sete Lagoas/Imagem: Acervo pessoal

O torcedor de futebol se acostumou a ver Igor Junio Benevenuto em ação como árbitro. No Campeonato Brasileiro de 2019, por exemplo, o mineiro apitou jogos como Ceará 2 x 1 Grêmio (19 de maio, 5ª rodada) e Palmeiras 2 x 2 Bahia (11 de agosto, 14ª rodada).

Agora, com o futebol brasileiro parado em decorrência da pandemia do novo coronavírus, Benevenuto não tem mais apitado partidas. Mas tem se mantido ocupado: desde a última segunda-feira (30), ele trabalha como enfermeiro na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais.

Graduado em enfermagem, o árbitro de futebol vem dando plantão noturno (das 19h às 7h) em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A ideia, segundo ele, surgiu quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou auxílio financeiro e suporte técnico e psicológico a árbitros enquanto não há jogos.

"A partir deste momento, comecei a pensar em como eu poderia demonstrar a minha gratidão. Resolvi trabalhar como enfermeiro para manter esta rede de empatia e de ajuda", disse Benevenuto em entrevista ao site da própria CBF. "Estou contribuindo com o meu tempo, meu conhecimento técnico na área e meu talento. Acredito que ajudar o próximo é ajudar a si mesmo também. E a enfermagem é, justamente, esta arte de cuidar e ter atenção com o próximo, ajudar a salvar vidas e melhorar a condição de outras pessoas", completou.

O trabalho de Benevenuto na área médica não é inédito após sua graduação, mesmo durante sua atuação como árbitro. Em Belo Horizonte, ele interpreta Doutor Gravatinha em um projeto chamado Guardiões do Riso, que visita hospitais infantis.

Mesmo dedicando 12 horas por dia à enfermagem, Igor Junio Benevenuto consegue ainda se concentrar na arbitragem. De casa, ele tem realizado treinamentos remotos.

 Árbitro do Campeonato Brasileiro não tem apitado jogos, mas se mantém em atividade graças a treinamentos remotos Imagem: VINÍCIUS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

"Eu saio às 7h da manhã da UPA e vou dormir quando chego em casa para descansar. Acordo por volta das 11h e acompanho os testes online sobre a regra com o (presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo) Gaciba, faço as atividades físicas aqui em casa acompanhando o que os nossos preparadores passam e estou sempre em contato com a doutora Marta (Magalhães, psicóloga da Comissão de Arbitragem) através das chamadas de vídeo", relatou. "Tenho usado o período da tarde para essas coisas. Então, dá para estudar, ler e treinar fisicamente para manter o ritmo e deixar tudo em ordem para quando os campeonatos voltarem."

Por: UOL

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