Foto: Felipe Nadaes
Higienizar as mãos com álcool 70% é o básico: médico infectologista ensina como minimizar os riscos
O Globo
Todos já sabem que o momento é de reduzir ao máximo o contato social para interromper a transmissão do novo coronavírus. Mas e se você não pode deixar de sair para trabalhar e nem conviver com pessoas, o que fazer para minimizar os riscos dentro e fora de casa?
— O primeiro princípio é o distanciamento social, sempre que possível evitar o contato, sair à rua. Se não for possível, é pensar que sempre que tocar o botão do elevador, o dinheiro e outras coisas do dia a dia, a mão está suja, como se ela tivesse encostado a lama ou o chão, e é preciso higienizá-la. A gente não vai levar esta mão à roupa, não vai pegar o celular, muito menos levar esta mão ao rosto, coçar olho, chupar dedo. Esta é a virada — diz o médico infectologista Guilherme Cortes.
A seguir, dicas individuais práticas para se proteger em casa, no trabalho e no caminho entre eles:
Em casa
Organize suas necessidades para reduzir o número de saídas previstas. Tem que ir ao mercado ou à farmácia? Se possível, faça os pedidos em casa e já abasteça a despensa — sem exageros ou pânico — para momentos mais críticos de circulação de pessoas.
Coma em casa e cozinhe, sempre que possível. Pedir comida é uma alternativa aos restaurantes, mas até o que vem de fora traz riscos.
Mantenha a limpeza da casa em dia. Desinfete objetos e superfícies tocados com frequência, como brinquedos e maçanetas. Um desinfetante de uso geral já é suficiente para limpar chão, paredes e lixeiras. Álcool 70% também é eficaz na higienização de objetos.
Aumente a frequência de troca de roupas de cama e tolhas. Para lavá-las, sabão em pó e água são suficientes. Ar-condicionado: limpe os filtros com água e sabão. Enxágue, deixe secar e recoloque. Não compartilhe objetos de uso particular, como toalhas, maquiagens, copos e talheres.
Evite o uso de áreas comuns, não use as piscinas e não leve as crianças para o playground. A princípio, espaços abertos não são problemáticos para transmissão aérea, mas em um playground, as superfícies vão estar infectadas, as crianças tocam os brinquedos e podem se contaminar.
Chegou da rua? Retire os sapatos, bolsa e mochila e os deixe do lado da porta, evitando a circulação destes objetos pelos espaços. Vá direto ao banheiro, tome banho. As roupas usadas devem ser lavadas, sem reutilização.
Diante de algum sintoma da doença, fique em casa e comunique seu gestor para saber como proceder.
No percurso do trabalho
Evite o transporte público. Se a distância for pequena e você puder ir a pé ou de bicicleta, melhor.
Se o transporte público for inevitável, evite o horário de pico para usá-lo. Se ele estiver cheio e puder esperar, aguarde o próximo.
Tente se manter distante das outras pessoas, busque os bancos vazios.
Abra ou incentive a abertura das janelas, para que o ar circule. O mesmo vale para transportes como táxi, Uber e similares.
Use o álcool gel a cada vez que encostar na barra do ônibus ou qualquer superfície de uso comum. Principalmente antes de levar a mão ao rosto.
Na impossibilidade de usar o álcool gel após tocar em uma superfície pública, não leve a mão ao rosto. E nem pegue o celular.
Encontrou um amigo no caminho? Sem beijos e abraços, ele vai entender.
Cubra a boca e o nariz com lenço descartável quando tossir ou espirrar.
No trabalho
A ideia é se distanciar. Nos lugares de coworking, privilegie o distanciamento entre as cadeiras.
Trabalhe, sempre que possível, com as janelas abertas.
Priorize o uso de ferramentas para a realização remota de reuniões e eventos.
Quando a reunião presencial for necessária, busque ambientes bem ventilados ou ao ar livre.
Evite compartilhar computadores, mesas, assentos e outros objetos. Se não for possível, higienize-os e lave as mãos depois.
Se possível, saia do trabalho mais cedo para usar o transporte público fora do horário de pico.
Fonte: oglobo.globo.com