Veja as respostas para as perguntas mais frequentes sobre coronavírus
Saúde
Publicado em 18/03/2020

 

Vendedoras de loja em São Paulo trabalham com o rosto protegido por máscara: comportamento preventivo é essencial no combate ao coronavírus (foto: Nelson Almeida/AFP)

 

 

O avanço da doença que apavora o mundo corre em paralelo à desinformação que se dissemina, particularmente nas redes sociais. Especialistas ouvidos pelo Correio esclarecem pontos sobre contágio, prevenção e outros temas

O novo coronavírus é a primeira pandemia da recente revolução digital. Em um mundo cada vez mais conectado, informações não apuradas e repassadas nas redes sociais confundem a população. Em se tratando de um vírus até pouco tempo desconhecido pela humanidade, fake news ganham mais espaço que a própria doença. Após consultar especialistas do ministério da Saúde e outras autoridades de saúde, o Correio reúne um conjunto de perguntas frequentes sobre a doença que chegou a 234 casos confirmados no país.

Exame e tratamento

Brasileiros que voltam do exterior precisam fazer teste de coronavírus?

Em instrução recente, o Ministério da Saúde recomenda que pessoas que vierem do exterior fiquem em isolamento domiciliar por sete dias, a contar da data do embarque, mesmo sem apresentar quaisquer sintomas.

 

O governo pode obrigar alguém a fazer o teste ou se isolar?

Pacientes com suspeita de coronavírus devem seguir as recomendações médicas de isolamento e quarentena, bem como orientações de realização de teste. Elas podem ser impostas compulsoriamente, com base na Lei 13.979 e na Portaria 356/Min.da Saúde.

 

Posso fazer testes sem sintomas?

Os testes estão disponíveis na rede pública e privada, mas a recomendação do Ministério da Saúde é que os médicos só investiguem com exames específicos os casos de pacientes com ao menos dois sintomas e histórico de viagem ao exterior.

  

Qual o tratamento para coronavírus?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. A maioria das pessoas irão se recuperar sozinhas. Porém, algumas medidas podem ser adotadas para aliviar os sintomas, como: uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos); uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garganta e tosse; ingestão de bastante líquidos; e repouso. Internação e suporte ventilatório para os pacientes com sintomas graves é o recomendável.

 

Quem precisa ficar em isolamento?

Para o isolamento, as medidas de precaução visam conter e separar pessoas que forem classificadas como caso suspeito, confirmado, provável (contato íntimo com caso confirmado), portador sem sintoma e contactante de casos confirmados. Nesses casos, o isolamento deverá ser em ambiente domiciliar podendo ser feito em hospitais públicos ou privados, conforme recomendação médica, por um prazo de 14 dias, podendo ser estendido por até igual período dependendo do resultado do exame laboratorial.

 

Como fazer com que o Brasil não passe a ter que escolher quem vai atender por falta de leito, como na Itália?

O Ministério da Saúde está habilitando todos os leitos de UTI solicitados pelos governos estaduais e municipais, além de contratar a locação de mais 2 mil leitos. Funcionamento de postos de saúde com horários estendidos e chamamento de mais de 5 mil médicos pelo programa Mais Médicos também fazem parte do planejamento da pasta para garantir atendimento. Adotar normas de higiene respiratória e obedecer orientações de cada local são essenciais para evitar a disseminação da Covid-19.

 

Coronavírus já existia antes?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. O novo agente do coronavírus, o Covid-19, foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China.

Prevenção

Como faço para não pegar a Covid-19?

O modo de transmissão pode ser pelo ar e contato com objetos infectados. As medidas para prevenir o coronavírus são as mesmas das doenças respiratórias. As recomendações consistem em lavar e higienizar as mãos; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; manter ambientes ventilados; evitar aglomerações; e não compartilhar itens pessoais.

Por que minha família quer que meus avós não saiam de casa ou abracem os netos?

Os idosos são o grupo mais vulnerável para o novo coronavírus. Enquanto a letalidade em doentes com até 39 anos não passa de 0,2%, nos idosos esse índice chega a 15%. Isso acontece por conta da baixa imunidade, ficando mais sujeitos a complicações. Além dos idosos, pessoas com doenças crônicas graves, imunodeprimidas e pacientes oncológicos também fazem parte do grupo de risco. As crianças são potenciais vetores de transmissão da doença. Muitas vezes, são assintomáticas e não adotam regras de etiqueta respiratória.

Por que anteciparam a Campanha de Vacinação contra Gripe se não há como imunizar para a Covid-19?

O Ministério da Saúde vai antecipar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza como estratégia de diminuir a quantidade de pessoas com gripe nesse inverno. A vacina não apresenta eficácia contra o coronavírus, mas é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a descartarem as influenzas na triagem e acelerarem o diagnóstico para o coronavírus.

 

Preciso andar de transporte público. Como faço para e evitar contágio?

No caso de um novo cenário, em que a transmissão estiver alta, a mudança de comportamento e rotina será imprescindível no enfrentamento do coronavírus. Nesse sentido, adotar horários alternativos para evitar aglomeração de pessoas é uma das recomendações.

 

Pontos a esclarecer

Cuba ou outro país já tem uma vacina?

Pesquisadores de Cuba estão tentando desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus, assim como cientistas de outros países, mas não há produção de vacina. O que Cuba tem é capacidade de exportar o Interferon Alpha 2B, um antiviral que repõe as defesas humanas e que tem sido usado na China para ajudar na recuperação de pacientes.

 

É verdade que o vírus não suporta temperaturas altas?

No clima frio, a multiplicação do vírus é facilitada. As pessoas tendem a ficar em ambientes menos ventilados e contrair doenças respiratórias, como resfriados. Ainda não há evidências científicas de como o calor afeta o vírus. Beber água quente e se expor a altas temperaturas não é eficiente.

 

Gargarejo com água quente, dose extra de vitamina ou chá mata o vírus?

Até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo novo coronavírus. Não existe qualquer comprovação científica sobre o uso de drogas no tratamento da doença. Pelo contrário: elas podem fragilizar ainda mais o sistema respiratório.

 

Posso amamentar se pegar coronavírus?

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, afirma que não há informações suficientes sobre a possibilidade desta transmissão. Nos casos analisados, o vírus não foi detectado no leite materno.

Contágio

Gestante pode transmitir coronavírus para o feto?

Um protocolo divulgado pela OMS e a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) descarta a transmissão do vírus de mulheres grávidas para o feto. Este contágio é conhecido como “contaminação vertical”, ou seja, direta. A recomendação para as gestantes é evitar aglomerações e seguir as demais orientações para evitar contágio.

 

Meu animal de estimação também pode pegar coronavírus?

A OMS diz que, até o momento, não há evidência significativa de que animais de estimação possam ficar doentes ou transmitir a Covid-19. Mesmo assim, a recomendação é que pessoas infectadas limitem o contato com seus cães e gatos.

 

Encomendas vindas de países como a China podem estar contaminadas?

Não há nenhuma evidência que produtos enviados da China para o Brasil tragam o novo coronavírus. O vírus geralmente não sobrevivem muito tempo fora do corpo de outros seres vivos e o tempo de tráfego destes produtos costuma ser de muitos dias. O vírus só é transmitido entre humanos e não sobrevive mais de 24 horas fora do organismo humano ou de algum animal.

 

Fonte: correiobraziliense.com.br

 

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