Projeto “Dias de Quarentena” com Jonhie, vocalista da banda Simbiose
Música
Publicado em 20/08/2020

Por: André Abreu

 

O programa Dissonância, da Rádio Conectados, conversou com Jonhie, vocalista da icônica banda crust punk de Portugal, Simbiose. Com 29 anos de carreira, 11 álbuns de estúdio e mais quatro singles e EPs lançados, a banda já se apresentou duas vezes em solo brasileiro.

O ultimo álbum lançado pelos artistas foi o “Banalization Of Evil, em 2019 pela Amazing Records, e que consolidou a banda como umas das principais do “grind crust punk” da atualidade.

Em 2020, após o inicio da pandemia mundial da covid-19, Jonhie idealizou um novo projeto chamado “Dias de Quarentena”, que é o tema do nosso bate papo.

Dissonância: “Dias de Quarentena” é um projeto que você pretende estender e realizar parcerias com outros artistas além do João Gordo do Ratos de Porão?

Jonhie: Não. Este projeto sou eu e o Felipe, da Vira Lata, uma banda aqui de Portugal também, e nós fazemos as músicas. Quando as canções são feitas, eu coloco a letra e faço a música instrumental. Essa foi a primeira. Nós convidamos o Ricardo Barrigas para fazer o solo de guitarra e o João Gordo para cantar o refrão. As próximas músicas têm mais participações diferentes. Essa é nossa intenção, cada música serei eu a fazer a letra, o Felipe a fazer a música. Depois vamos convidando amigos e a galera que esteja interessada em participar.

D: Como foi organizado o processo das gravações entre os músicos e a participação do João Gordo? Encontraram alguma dificuldade?

Jo: Então, a gente gravou com o que temos acesso em casa. O Gordo gravou no celular mesmo a voz dele, mas foi tranquilo. Nós conseguimos fazer esse vídeo em uma semana e meia, com toda a gente participando. Foi tudo meio DIY (faça você mesmo). Fizemos todos nós, cada um fez a sua parte e conseguimos fazer isso. As captações do vídeo o processo foi igual, cada um captou em sua casa e fizemos depois com imagens da internet.

D: Como tem sido a repercussão do projeto? Você tem notado iniciativas de solidariedade a instituições ou grupos, que partam do nosso meio neste período?

Jo: Então, eu acho que nessa época que a gente está vivendo é natural que a única solução é todo mundo ajudar uns aos outros, porque se estivermos à espera de algum incentivo do governo... Acho que quem precisar vai morrer antes. Então, acho que estamos em uma época que a gente tem que se ajudar não pensar só no seu umbigo, pensar sempre que pode ter pessoas, famílias em situação muito pior que você. Então tem que ter essa parte social de ajudar, escolher bem o que faz mais sentido pra você.

D: Como tem sido, na sua observação pessoal, o comportamento das pessoas perante a pandemia em Portugal?

Jo: Tem de tudo. Muita gente está levando a sério e protegem a eles e aos outros, têm uma atitude social consciente, mas também tem muitos que não estão nem aí, infelizmente, e você tem que lidar com isso.

D: Como você imagina o cenário pós-pandêmico para as bandas do subterrâneo musical?

Jo: Daqui para frente eu penso que vai ser muito mais complicado fazer shows, porque enquanto estivermos com essa situação da pandemia, a lotação das salas e dos clubes vai ser muito menor. Então se já era difícil tocar e fazer alguma grana nos shows para sobreviver, acho que a partir de agora, enquanto estivermos nessa pandemia, enquanto não voltarmos ao normal, vai ser complicado, ou seja, muito pouca gente nos shows. Vamos tentar tocar mais ao ar livre e arrumar soluções e alternativas.

D: Quanto ao Simbiose, a banda estava em plena atividade e com excelente material sendo lançado. Quais os planos para agora e para o futuro?

Jo: Aqui em Portugal, se não se prolongar mais, os shows e festivais começam a partir de trinta de setembro. Temos algumas datas já marcadas que já faziam parte da promoção do disco novo. A princípio vamos fazer se não for cancelado. E tudo mais que tivermos marcado, vamos tentar passar para o ano que vem. Por isso nos atrasou um pouco na promoção do disco.

D: Obrigado pela entrevista e espero ver vocês no Brasil quando tudo isso passar.

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