Supermercados e bancos de SP têm filas e aglomerações em meio à pandemia de coronavírus
Pessoas
Publicado em 08/04/2020

Fila e aglomeração em supermercado Bergamini, na Zona Norte de São Paulo, em meio a pandemia de coronavírus — Foto: Arquivo pessoal

Aglomerações foram proibidas no estado de São Paulo durante quarentena que visa controlar epidemia de Covid-19. Supermercados adotam medição de temperatura de clientes, mas consumidores não respeitam orientações para espaçamento nas filas.

O grande movimento de clientes causou filas e aglomerações em supermercados e bancos da capital paulista na tarde desta quarta-feira (8) em meio à pandemia de coronavírus, que já matou 428 pessoas no estado.

No Hipermercado Bergamini, na Zona Norte de São Paulo, as filas davam voltas nos corredores e a distância de 1,5 m entre os clientes não era respeitada. No Carrefour da Avenida Jacu Pêssego, na Zona Leste, fitas marcam no chão o espaço que os consumidores devem manter entre si mas, diante do grande movimento, a marcação não é obedecida por todos. Em nota, o Bergamini afirma que segue "diariamente todas as medidas recomendadas por órgãos reguladores" (veja a íntegra da nota abaixo).

Aglomeração de clientes no supermercado Bergamini, na Zona Norte de SP, nesta quarta-feira (8) — Foto: Kátia Beziaco/Arquivo pessoal

Segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas), os supermercados do estado têm adotado medidas como "higienização de ambientes, disponibilização de locais para desinfecção das mãos e álcool em gel, tanto para consumidores quanto para colaboradores, demarcação de distanciamento entre as pessoas nas filas e até limitação do número de pessoas dentro das lojas, para evitar aglomerações."

 

Além dessas recomendações, há mercados que adotaram controle de temperatura com termômetro na entrada, para evitar que clientes com febre possam entrar nas lojas. A medição é obrigatória em todas as 100 unidades do tipo hiper da rede Carrefour no país. Em nota, a marca afirma ainda que o controle de temperatura é estendido a todos os colaboradores e que adota também "higienização dos carrinhos com álcool gel, painéis de acrílico instalados em todos os caixas, máscaras para todos os operadores na frente de caixa e sinalização de distância nas filas."

A empresária Kátia Beziaco foi uma das clientes submetida ao controle de temperatura em um supermercado da Vila Guilherme, na Zona Norte. Antes disso, ela tentou fazer compras no mercado Bergamini, mas desistiu diante do risco de ficar em um local aglomerado.

Fila para o caixa em supermercado Bergamini, na Zona Norte de São Paulo — Foto: Kátia Beziaco/Arquivo pessoal

Além dos mercados, bancos também foram alvo de muito movimento A procura acontece após anúncio de novo saque do FGTS e auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores afetados pela pandemia.

 

Em Itapevi, na região metropolitana, uma unidade do Banco do Brasil teve aglomeração de idosos e foi alvo de fiscalização nesta quarta (8). O banco fez marcações no chão para espaçar a fila e pediu que os clientes as respeitassem. Apesar disso, a aglomeração, que já fora registrada também nesta terça (7), continuou do lado de fora da agência.

Aglomeração em unidade do Banco do Brasil em Itapevi, na Grande SP, nesta terça (7), em meio à pandemia de coronavírus — Foto: Arquivo pessoal

Quarentena em SP

Supermercados e bancos são considerados serviços essenciais e, por isso, podem funcionar normalmente durante a quarentena decretada pelo governo do estado. O governador João Doria (PSDB) prorrogou até 22 de abril a quarentena.

No anúncio, feito na segunda-feira (6), Doria afirmou que os prefeitos têm a obrigação de seguir a orientação e usar o "poder de polícia em caso de desobediência".

"Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade ou área do estado de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir", disse Doria.

O governador também disse que as pessoas que desrespeitarem a quarentena e fizerem aglomerações nas ruas do estado serão, inicialmente, advertidas e orientadas, mas que se insistirem poderão ser presas pela Polícia Militar.

“Eu tenho convicção de que as pessoas seguirão a orientação. Até porque se não o fizerem, a segunda etapa será a de medidas coercitivas, podendo penalizar essas pessoas com as penas previstas em lei, que vão inclusive à prisão. Eu tenho certeza de que isso não será necessário, de que as pessoas compreenderão a necessidade de ficar em suas casas e atenderem a recomendação. E as que por distração, receberão nessa fase inicial a orientação da Polícia Militar para que se dispersem e retornem às suas casas,” completou.

 

 

Veja a íntegra da nota do Supermercado Bergamini:

 

Por meio desta nota, viemos esclarecer quaisquer dúvidas com relação as medidas de segurança e prevenção que estão sendo tomadas pelo Hipermercado Bergamini devido a pandemia COVID-19.

Estamos nos adequando dia a dia a essa realidade tão difícil que estamos vivendo. Diariamente estão sendo tomadas todas as medidas recomendadas por órgãos reguladores.

Até o devido momento, não realizamos o controle de temperatura nas entradas das lojas, pois ainda não existe recomendação para essa medida.

Todos nossos colaboradores, sem exceção, receberam máscaras e foram orientados sobre a importância e necessidade do uso.

Com relação aos operadores de check-out, também receberam de maneira individual viseiras de acrílico, a mesma utilizada em hospitais, que tem a função de barreira entre o colaborador e cliente, protegendo olhos, nariz e boca.

Desde o início da pandemia, o Hipermercado Bergamini vem adotando as recomendações sugeridas pelos órgãos competentes, e até o presente momento não fomos informados sobre o controle de número de clientes no interior de nossas lojas.

Entretanto, as medidas tomadas até agora foram:

*A aplicação de demarcações no piso, conscientizando aos nossos clientes a manter um distanciamento seguro;

*Realização de anúncios contínuos durante todo o período de funcionamento das lojas, sobre métodos de prevenção e medidas de segurança;

*Em nossas redes sociais estas orientações vem sendo divulgadas de maneira contínua.

Deixamos claro que a partir do momento em que for recomendado pelo Estado ou Município, tomaremos o mais breve possível as medidas do mesmo modo em que está sendo feito até o momento.

Por fim, estamos abertos as orientações vindas através dos meios de comunicação e temos responsabilidade social perante aos nossos colaboradores e clientes.

Por: G1

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