Maior cemitério da América Latina registra aumento de 40% em enterros
Cidades
Publicado em 03/04/2020

 Funcionários abrem covas no cemitério de Vila Formosa, em São Paulo/Foto: Divulgação/Sindesp

O maior cemitério da América Latina, o da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, teve um aumento de até 40% nos enterros em meio à pandemia do coronavírus. A média diária era de 40 a 45 e, nesta última quinta-feira (2), foram 57. Na quarta, 56. Os números são do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindesp), que representa também os coveiros.

Nesses últimos dias, uma cena que chamou a atenção foi a de abertura de uma série de valas no cemitério. No entanto, a prefeitura diz que as sequências de valas nos cemitérios são comuns e servem para auxiliar na agilidade dos sepultamentos.

No cemitério Vila Formosa, são abertas cerca de 100 valas a cada três dias, segundo a prefeitura. Mas, para João Batista Gomes, secretário de imprensa do Sindesp, houve mudança. “A realidade é que, desde o dia 31 de março, abriram 100 valas por dia”, explica. O motivo seria uma preparação para um cenário pior.

Diante do risco de contaminação pela COVID-19, os velórios duram no máximo uma hora e só dez pessoas podem estar presentes. Para fazer os enterros, os funcionários têm usado roupas especiais. Mas o sindicato reclama da falta dos itens de segurança.

 “O álcool em gel chega pouco, acaba e depois demora para vir mais. Os novos contratados (para o serviço de sepultamento) não têm uniforme, os colegas antigos que estão fornecendo materiais. Hoje, um funcionário de um cemitério me ligou dizendo que só tinham sete macacões de proteção. Quer dizer, se tiver dois enterros, só vai dar para fazer um com segurança.”, explica.

Os 22 cemitérios e um crematório públicos da cidade contam com 892 trabalhadores, sendo que 250 atuam só nos enterros. Para a prefeitura, a média diária normal de sepultamentos em toda a cidade é de cerca de 250. Em março, foram em média 228 por dia. Não foram informados os números de abril.

Outro lado

A Prefeitura de São Paulo, por meio do Serviço Funerário, informa que no momento há 8 mil litros de álcool em gel à disposição. Serão disponibilizados mais 6 mil litros mensalmente, até setembro, totalizando 38 mil litros.

Com relação aos equipamentos de segurança, atualmente há cerca de 70 mil luvas, 1.800 máscaras triplas para uso de administradores, atendentes e agentes funerários, mais 6.050 máscaras respiratórias para os sepultadores, mais de 1.300 macacões em estoque, além de 5 mil unidades do invol, um manto protetor que embala os corpos no caixão, que evita a possibilidade de contaminação durante o traslado dos corpos.

Está prevista a chegada de mais 3 mil unidades de macacões e 84 mil novas máscaras triplas na próxima semana.

Fonte: CNN, em São Paulo

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