Em São Paulo, campanhas de doação aliviam peso da quarentena
Pessoas
Publicado em 03/04/2020

Mariana Barioni organizou uma vaquinha para doar cestas básicas na quarentena/Foto: Reprodução/Facebook

A meta era juntar R$ 4.204 para comprar cestas básicas e produtos de higiene para famílias que vivem na favela Peinha, na zona leste da capital paulista. Em três dias, ela foi superada e ainda sobrou dinheiro para mais: foram adquiridas também cem revistas de colorir e cem caixinhas de giz de cera para as crianças da comunidade se divertirem durante o momento de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus. 

A ideia da vaquinha on-line foi da editora de vídeo e estudante de pedagogia Mariana Barioni, que se colocou no lugar de quem mais precisa de ajuda em um momento de crise. 

''Comecei a desesperar porque não sei como vou pagar a escola dos meus dois filhos, porque não posso sair para procurar trabalho. Pensei no desespero de quem não tem nem sabonete para se manter limpo'', disse. 

A vaquinha continua no ar. Se mais algum valor for arrecadado, o destino será o mesmo: o CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) da Peinha, a partir de onde os produtos são distribuídos para as famílias. Como tudo foi comprado pela internet, para evitar o risco de contaminação, as primeiras entregas devem acontecer ainda esta semana.

Dentista doa máscaras

Em outro ponto da capital paulista, o dentista Raphael Braga, do bairro do Brooklin, na zona sul, precisou fechar sua clínica por causa da quarentena. Resolveu acabar com o estoque de máscaras que não seria usado durante este período. 

''As pessoas começaram a comprar muito, até que as máscaras ficaram difíceis de encontrar no mercado. Então, eu decidi entregar as que eu tinha para as pessoas do grupo de risco, que não podiam sair de casa'', disse. 

Foram mais de 300 entregas feitas em pouco mais de uma semana, pessoalmente.

 

Ponte para pequeno comércio

 

Há também quem prefira ajudar com doação em dinheiro. Foram tantas pessoas, de diferentes regiões, que a Cufa (Central Única das Favelas) precisou organizar essa rede de solidariedade em Heliópolis, uma das maiores favelas de São Paulo.

 

O comerciante Cícero da Silva é um dos beneficiados por rede montada pela Cufa/Foto: Carolina Abelin/CNN

Foi feita uma espécie de ponte entre os pequenos comerciantes da região e possíveis doadores. Quem quiser doar, compra alimentos e outros produtos direto desses pequenos comerciantes. A Cufa, então, faz a distribuição dos kits para as famílias mais necessitadas. 

O comerciante Cícero José da Silva é um dos beneficiados. Dono de um pequeno mercado há mais de 20 anos em Heliópolis, ele estava preocupado com as vendas nesse período, que chegaram a cair 40%.

 

Fonte: CNN, em São Paulo

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