Apps de relacionamento ampliam funcionalidades em tempos de quarentena
Pessoas
Publicado em 03/04/2020

Aplicativo de namoro Tinder promove "match" entre usuários/Foto: Pixabay/Reprodução

As novas diretrizes de distanciamento social foram ampliadas para além do previsto, e a situação deixa claro que a guerra contra o coronavírus está longe do fim. Com isso, novas maneiras de relacionar-se estão surgindo –inclusive românticas.

Aplicativos optaram por ampliar as funcionalidades para garantir um menu maior de perfis propostos. O mais famoso deles, o Tinder, anunciou que o recurso "passaporte", que permite visualizar perfis de pessoas em outras cidades e no exterior, estará disponível gratuitamente até 30 de abril. Já o aplicativo Happn, cujo propósito é oferecer encontros com quem cruze o caminho do usuário, ampliou seu raio de pesquisa para 90 quilômetros, em vez dos 250 metros iniciais.

“Sou residente no Reino Unido e estou por uma temporada em Nova York. Eu tinha uma média de 3 encontros com garotas diferentes durante a semana. Jantar, teatro e/ ou bar, uma dessas opções um pelo menos duas delas podia acontecer. Agora, com os ‘encontros virtuais’, além de eu conhecer mais gente, janto todo dia com alguém com custo zero, porque cozinho em casa. Eu ligo minha câmera e ela liga a dela, é muito romântico e prático” diz o artista plástico francês Paul*, de 40 anos.

O importante, para manter a utilidade dos aplicativos, é oferecer a possibilidade de diálogo em tempos de confinamento global. “Está vendo o que estamos vivendo? Esse tipo de rede social permite que encontremos outras pessoas e não fiquemos sozinhos nesse período estranho”, relata Thomas*, estudante de 26 anos, no Grindr.

Além dessas novas ofertas, os hábitos também estão mudando com a chegada do coronavírus. "Percebemos que, logo que uma área é particularmente afetada, o número de bate-papos aumenta e eles duram ainda mais. Também observamos que mais e mais membros estão usando suas biografias para compartilhar suas preocupações (“Está tudo bem?” ou “Fique em casa!”) E não mais apenas para se apresentarem ”, explica o Tinder, por exemplo.

O mesmo acontece com o Happn, que pesquisou 8.000 de seus usuários no inicio da pandemia (alguns dias antes do confinamento na França). “70% dos usuários dizem que conversam mais no aplicativo. No entanto, confinado não significa parar completamente o 'namoro'. Para os impacientes, a solução de vídeo parece ser apreciada: na Happn, eles são 54% a considerar uma primeiro encontro on line (via Facetime, por exemplo). 

“Alguns já estão planejando voltar ao normal, marcar novos dates diretamente para daqui duas semanas” diz Fabrício*, irritado com a irresponsabilidade de algumas usuários do Tinder, onde conversamos.

Já para Marcelo*, de 46 anos, americano e nascido em Nova York, membro do Grindr: “o governo diz que você não tem de sair, mas se tiver um bom feeling podemos ir um à casa do outro, nos conhecemos. Tem de ter as devidas precauções, lavar as mãos, tomar banho antes e depois [Chegando na casa da pessoa] e conversar com 2 metros de distância, eu, já conheci duas pessoas essa semana, não precisa se tocar, claro” .

“Nós vivemos um momento que é parecido quando um cachorro fica frente à um pedaço de carne, você pode conter ele durante um tempo, mas uma hora ele avança e come a carne. Não será possível uma quarentena de mais de 30 dias”, completa, em tom de humor.  

A prefeitura de NYC publicou "Sex and Coronavirus Disease 2019". O texto, que viralizou nas redes sociais, expõe conteúdo sobre segurança nas práticas sexuais em tempos de pandemia.

“But can you have sex? Here are some tips for how to enjoy sex and to avoid spreading COVID-19.” ("Mas você pode fazer sexo? Aqui estão algumas dicas de como aproveitar o sexo e evitar a disseminação do COVID-19").

 

Por: CNN Brasil

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