A sensação de estar caindo durante o sono é algo que muitas pessoas já experimentaram ao menos uma vez na vida. Essa experiência súbita e desconfortável, geralmente acompanhada de um espasmo muscular ou um sobressalto, ocorre logo no início do sono e pode até despertar a pessoa de forma abrupta.
Embora pareça assustadora, trata-se de um fenômeno comum e geralmente inofensivo chamado sobressalto hipnagógico, espasmo do sono ou até mioclonia do sono.
O que é o sobressalto hipnagógico (sobressalto do sono)?
O sobressalto hipnagógico é um tipo de contração muscular involuntária que acontece durante a transição entre a vigília e o sono. Nessa fase, chamada de fase hipnagógica, o corpo começa a relaxar enquanto a mente ainda está parcialmente desperta.

Homem caindo. / Crédito: Yupa Watchanakit (Shutterstock/reprodução)
Por que sentimos que estamos caindo durante o sono?
Existem várias teorias científicas que explicam a origem dessa sensação, veja algumas delas abaixo:
Descompasso entre corpo e mente
À medida que o corpo relaxa, o cérebro pode interpretar esse relaxamento muscular como uma queda real. Como resposta, ele envia sinais de alerta para os músculos, produzindo um espasmo que nos desperta.

Ilustração moderna representando o espasmo hípnico (hypnic jerk). / Crédito: Pro Symbols (Shutterstock/reprodução)
Mecanismo evolutivo:
Outra teoria sugere que essa reação é um reflexo herdado de nossos antepassados primatas. Para quem dormia em árvores, um alerta súbito de queda poderia ser essencial para a sobrevivência.
Flutuações neuroquímicas
Durante a transição para o sono, há alterações nos níveis de neurotransmissores como a serotonina e o GABA, que regulam o relaxamento muscular e os estados de consciência. Mudanças rápidas nesses níveis podem contribuir para o sobressalto.
Fatores que favorecem a sensação de queda durante o sono
Embora o sobressalto hipnagógico seja natural, alguns fatores aumentam sua frequência ou intensidade:

Pessoa tentando dormir / Crédito: fizkes (Shutterstock/reprodução)
Estresse e ansiedade: períodos de tensão aumentam a atividade do sistema nervoso, dificultando o relaxamento completo do corpo. Isso pode intensificar o reflexo de queda.
Privação de sono: dormir menos ou com horários irregulares interfere na qualidade do sono, favorecendo esse tipo de espasmo.
Estímulos externos: ambientes com ruídos, luz excessiva ou temperatura desconfortável também dificultam a transição suave para o sono profundo.
Consumo de estimulantes: cafeína, nicotina e alguns medicamentos que afetam o sistema nervoso central podem aumentar a incidência desses episódios.
Exercícios físicos intensos à noite: atividades físicas próximas ao horário de dormir mantêm o corpo em estado de alerta, dificultando o relaxamento muscular necessário para o sono.
O sobressalto hipnagógico é perigoso?

Mulher exausta deitada na cama usando o celular, sem conseguir dormir. / Crédito: DimaBerlin (Shutterstock/reprodução)
Na maioria dos casos, não é motivo de preocupação. Trata-se de uma resposta fisiológica normal do organismo. No entanto, se os episódios forem muito frequentes, acompanhados de outros sintomas (como insônia, suor noturno intenso ou dor), ou se impactarem significativamente a qualidade do sono, vale buscar avaliação médica.
Além disso, é importante diferenciar o sobressalto hipnagógico de outras condições mais graves, como:
- Síndrome das pernas inquietas
- Apneia do sono
- Epilepsia noturna
- Transtornos de movimento durante o sono
Como reduzir a sensação de estar caindo durante o sono?

Mulher jovem sorridente e tranquila, deitada na cama com as mãos sob a cabeça / Crédito: ViDI Studio (Shutterstock/reprodução)
Para reduzir a sensação de estar caindo durante o sono, algumas práticas podem ajudar. Melhorar a higiene do sono é essencial: estabeleça um horário regular para dormir e acordar, crie um ambiente escuro, silencioso e com temperatura agradável, e evite o uso de telas e a exposição à luz azul antes de dormir. Apostar em técnicas de relaxamento também faz diferença, como a prática de meditação, mindfulness, exercícios de respiração profunda e relaxamento muscular progressivo.
Além disso, é importante reduzir o estresse ao longo do dia com a prática regular de atividades físicas, mantendo uma rotina equilibrada e, se necessário, buscando apoio por meio de terapia ou aconselhamento psicológico.
Via: Olhar Digital