Calendário mais antigo do mundo pode comprovar evento catastrófico há 13 mil anos
Ciência
Publicado em 08/08/2024

Cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, acreditam que o sítio arqueológico de Göbekli Tepe, na Turquia, não apenas abriga o calendário solar mais antigo do mundo, mas também possui registros do impacto catastrófico de um cometa na Terra há 13 mil anos.

 

Um novo estudo sugere que um dos pilares do sítio arqueológico de Göbekli Tepe, na Turquia, pode abrigar o calendário solar mais antigo do mundo;

Os autores acreditam que os símbolos esculpidos em forma de “V” representam os dias do ano – sendo 365 marcações divididas em 12 meses lunares e 11 dias adicionais (epagômenos);

Além disso, em outro pilar, a equipe encontrou o que se acredita ser uma representação da chuva de meteoros Táuridas se movendo pelas constelações de Aquário e Peixes;

Os pesquisadores sugerem que a movimentação pode ter provocado o impacto de um cometa contra a Terra – desencadeando, há cerca de 12,7 mil a 11,5 mil anos, um período conhecido como “Dryas recente”;

A hipótese é contestada por vários cientistas, mas o novo estudo sugere que o Göbekli Tepe foi construído como um memorial para o evento.

 

Esculturas em Göbekli Tepe podem representar o calendário mais antigo do mundo. (Imagem: Martin Sweatman)

No estudo publicado na Time and Mind, a equipe detalha a análise de um dos pilares localizados no Göbekli Tepe. O monumento possui uma série de símbolos esculpidos em forma de “V”, que, como propõem os pesquisadores, representam os dias do ano – sendo 365 marcações divididas em 12 meses lunares e 11 dias adicionais (chamados de epagômenos).

 

Calendário pode ter registrado impacto de cometa na Terra

O grande destaque do estudo, entretanto, foi localizado em outro pilar, que, de acordo com a equipe, mostra a chuva de meteoros Táuridas se movendo ao longo das constelações de Aquário e Peixes durante várias semanas. Acredita-se que a movimentação possa ter provocado o impacto de um cometa na Terra que, possivelmente, desencadeou um período conhecido como “Dryas recente” há cerca de 12,7 mil a 11,5 mil anos.

 
Estudo sugere que sítio arqueológico seja memorial de evento que abalou a Terra. (Imagem: AgentKPhotography/Shutterstock)

A hipótese de que o evento tenha sido provocado pela colisão do cometa é contestada por vários pesquisadores, mas a equipe de Edimburgo sugere que todo o Göbekli Tepe possa ter sido construído como um memorial para o evento.

 

“Parece que os habitantes de Göbekli Tepe eram observadores atentos do céu, o que é de se esperar, dado que seu mundo foi devastado pelo impacto de um cometa. Este evento pode ter desencadeado a civilização ao iniciar uma nova religião e ao motivar desenvolvimentos na agricultura para lidar com o clima frio”, diz Martin Sweatman, autor do estudo, em comunicado.

 

O que é o “Dryas recente”?

O Dryas Recente foi um período de abrupto e breve resfriamento climático ocorrido há cerca de 13 mil anos. Durante essa fase da história global, as temperaturas caíram significativamente, especialmente nas regiões do Atlântico Norte.

O nome do evento tem a ver com a planta Dryas octopetala, que proliferou durante esse período e cujos restos são encontrados em sedimentos da época. A causa exata do “Dryas Recente” ainda é debatida, com hipóteses incluindo mudanças nas correntes oceânicas, um impacto de cometa, e grandes emissões de água doce das geleiras derretendo.

 

Cientistas acreditam que essa mudança repentina no clima causou a extinção de muitos mamíferos grandes, como o mamute, e foi a razão do desaparecimento do povo Clóvis da América do Norte — uma cultura pré-histórica do continente. O período durou cerca de 1.200 anos.

Via:Olhar Digital

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