Quentin Tarantino chegou a concorrer ao Oscar por Era Uma Vez em...Hollywood e foi aclamado pela crítica. Em meio a história, vemos um Bruce Lee muito seguro de si mesmo, para não dizer arrogante. Provavelmente, você deve se lembrar da cena em que o ator, diretor e mestre das artes marciais se vangloria em um set de filmagem por ter vencido o boxeador Mohammed Ali antes de provocar uma briga com um dublê.
Em entrevista ao The Wrap, a filha de Bruce Lee, Shannon Lee, revelou que não havia sido consultada pelo diretor sobre seu pai, e não escondeu seu aborrecimento com a maneira que foi feito: “Eu entendo que eles queriam fazer do personagem do Brad Pitt uma pessoa super durona que pudesse derrotar Bruce Lee, mas não precisavam tratá-lo como a Hollywood branca da época.Ele é mostrado como um babaca arrogante, e não como alguém que teve de lutar três vezes mais para realizar o que naturalmente foi dado aos outros”.

Tarantino foi questionado sobre o assunto, e afirmou em entrevista à Variety, "Bruce Lee era um cara um tanto arrogante. A maneira como ele se expressou, eu não inventei. Eu o ouvi dizer coisas assim. As pessoas afirmam que ele nunca disse que poderia vencer Muhammad Ali, e bem, ele disse. Até mesmo a sua esposa, Linda Lee, relatou isso na sua primeira biografia".
Em resposta ao diretor, Shannon Lee desabafou à Variety: "Ele poderia simplesmente calar a boca. Isso seria muito bom. Ou ele poderia se desculpar e dizer ‘Eu realmente não sei quem foi Bruce Lee'. Eu o descrevi dessa forma no meu filme, mas não deve ser interpretado como um reflexo do que ele realmente era”.
Tolkien

Em 2019, Dom Karukoski resolveu produzir um filme biográfico sobre J. R. R. Tolkien, o criador do universo de O Senhor dos Anéis, considerado por muitos como o pai da fantasia moderna. Em vez de abordar todas as fases da vida deste grande escritor, eles optaram por explorar somente sua juventude, as experiências que o moldaram e o marcaram, como a Primeira Guerra Mundial, até todas as influências que inspiraram sua atividade criativa.
A Fundação Tolkien e a família do escritor não aprovaram desde o início a produção deste filme. Eles são conhecidos por serem muito cuidadosos com a gestão da herança e patrimônio dele. Em 2012, se envolveram em um impasse legal com a Warner Bros por violação de direitos autorais e quebra de contrato, e exigiu 80 milhões em danos. A batalha durou cinco anos, terminando em 2017 com um acordo amigável.
Na época, a fundação chegou a emitir o seguinte comunicado: "A família de J.R.R. Tolkien e a Tolkien Foundation descobrem que um filme chamado 'Tolkien', produzido pela Fox Searchlight, deve ser lançado em maio de 2019. A família e a fundação desejam esclarecer que não endossaram, autorizaram ou participaram da realização do filme de forma alguma”.
A Luta Pela Esperança

Protagonizado por Russell Crowe, A Luta Pela Esperança conta a história de Jim Braddock, um ex-boxeador que foi obrigado a se aposentar prematuramente devido a uma série de derrotas no ringue. Com os Estados Unidos em meio à Grande Depressão, Jim aceita viver de bicos para poder sustentar sua família. De uma hora para outra, ele consegue voltar aos ringues e vence 3 lutas seguidas, ganhando o apelido de “Cinderella Man”, por sua ascensão e sucessos parecerem com um conto de fadas. Até que chega o momento em que ele precisa enfrentar seu pior oponente: Max Baer (Craig Bierko), o atual campeão mundial dos pesos pesados, que já matou dois lutadores no ringue.
O filho de Max Baer não ficou muito contente com a visão que o diretor Ron Howard passou do seu pai nas telonas. Ele não gostou que seu pai foi colocado como um bruto sanguinários que chegou a dizer para a esposa de Braddock que ficaria com ela depois de acabar com seu marido no ringue. Jeremy Schaap, autor do livro que inspirou o filme, apoiou o filho de Max Baer e afirmou: "Seu pai era uma pessoa muito respeitável e respeitada fora do ringue, e foi até mesmo profundamente afetado psicologicamente durante anos pela morte de seu oponente, Frankie Campbell”.
Em uma entrevista, o filho de Max Baer afirmou: “Tenho grande respeito por Ron Howard, mas ele nunca me ligou para pedir informações factuais sobre meu pai. Eles distorceram completamente seu caráter. Eles não precisavam fazer dele um ogro para fazer de Jim Braddock um herói. Meu pai chorou sobre o que aconteceu com Frankie Campbell; ele tinha pesadelos com isso. Ele até ajudou a levar os filhos de Frankie ao ensino médio ", explicou Baer.
Fonte: AdoroCinema