Voluntários em Pernambuco confeccionam jalecos impermeáveis feitos com TNT para profissionais de saúde sem EPI/Imagem: Arquivo pessoal
Em Pernambuco, um grupo de voluntários montou uma pequena linha de produção para confeccionar jalecos impermeáveis com TNT (material semelhante a tecido, de aspecto emborrachado).
As peças são distribuídas para profissionais de saúde que já enfrentam falta de EPIs (equipamentos de proteção individual) para atendimentos de casos suspeitos de covid-19.
A fábrica foi montada em uma escola da periferia do Recife, que cedeu o espaço. "Têm alguns EPIs que normalmente faltam, só que em uma situação comum a gente não usa tanto. Um exemplo deles é esse capote impermeável, que é uma bata, um jaleco, só que impermeável", diz Wagner Cordeiro, enfermeiro que atua em duas unidades de saúde do Recife e um dos idealizadores da iniciativa.
Segundo ele, a falta de equipamentos é constante na rede pública de saúde, e deve ser um dos desafios dos profissionais nesse momento.
Aprendendo a fazer os jalecos
Os trabalhos começaram com pesquisas de como fazer esse material.
"Daí começamos uma campanha com os amigos e arrecadamos dinheiro. Fomos atrás de lugar pra comprar uma TNT e conseguimos alguns fornecedores que foram entregar. O colégio Desafio, no bairro da Várzea, cedeu sua área para gente pra gente se revezar e fazer os cortes desse TNT", explica Wagner, citando que antes de entregar cada jaleco é lavado.
O grupo conta hoje 3.000 metros de TNT, suficientes para produzir 1.500 jalecos impermeáveis. A ideia é não parar de crescer a produção.
A fábrica foi montada em uma escola da periferia do Recife Imagem: Arquivo pessoal
"A gente está com voluntários da saúde e de outras áreas cortando o TNT, e com várias costureiras que se disponibilizaram. São, principalmente, pessoas idosas. Temos também técnicas de enfermagem e enfermeiros que não podem trabalhar por terem outras doenças, e aí eles estão costurando. Recebemos doações inclusive de pessoas da Dinamarca e da Venezuela", diz.
Para continuar com a produção, eles lançaram uma campanha nas redes sociais para arrecadar mais TNT ou dinheiro para comprar o material.
"Esse material não vai ser destinado a nenhum hospital específico. A nossa ideia é verificar, dia a dia, onde está faltando entre os profissionais que estão de plantão e vamos lá disponibilizar. A gente espera que essa ideia prospere, e as pessoas vão doando, construindo e disponibilizando para o pessoal", diz.
Fonte: UOL, em Maceió