Vagões despejados no fundo do mar viram lar para a vida marinha
Ciência
Publicado em 24/09/2024

Um experimento controverso está rendendo bons frutos na costa leste dos Estados Unidos. Cientistas resolveram despejar dois vagões de trem antigos no fundo do mar. Cerca de um ano depois, eles constataram o surgimento de habitats complexos de recifes que hospedam uma variedade de vida marinha.

Vagões estão a uma profundidade de 17 a 20 metros

As estruturas foram limpas e inspecionadas pela Guarda Costeira dos EUA. Após este procedimento, foram transportadas para o Recife Artificial L, localizado a cerca de 37 quilômetros da Ilha Ossabaw, na costa do estado da Geórgia.

Os vagões da Autoridade Metropolitana de Trânsito Rápido de Atlanta (MARTA) foram despejados no fundo do mar, a uma profundidade de 17 a 20 metros, em dezembro de 2023. O passo seguinte dos cientistas foi esperar.

 

Vagão se transformou em “coral artificial” (Imagem: Autoridade Metropolitana de Trânsito Rápido de Atlanta)

 

Agora, mergulhadores do Departamento de Recursos Naturais da Geórgia documentaram uma “boa quantidade” de corais começando a crescer no local, além de pelo menos nove espécies de peixes que habitam o interior das estruturas. Ainda foram localizadas tartarugas marinhas ameaçadas de extinção.

Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho explicam que um dos telhados dos vagões desabou e que outras mudanças devem ser verificadas com o passar do tempo. As informações são do IFLScience

 

Diversas espécies de peixes estão usando a estrutura como novo lar (Imagem: Autoridade Metropolitana de Trânsito Rápido de Atlanta)

Experimento é criticado por alguns cientistas

 

A ideia de “abandonar” objetos construídos pelo homem no fundo do mar não é nova.

Testes anteriores utilizaram navios afundados, vagões de metrô da cidade de Nova York e até tanques de guerra do exército dos EUA.

O objetivo é que estes objetos robustos atuem como uma superfície para algas e invertebrados, como moluscos e corais, se fixarem.

Isso proporcionaria um ambiente perfeito para peixes e outras formas de vida marinha prosperarem.

No entanto, esta técnica não é um consenso na comunidade científica.

Críticos afirmam que a colocação de estruturas artificiais no mar interfere nos processos marinhos naturais, introduzindo poluentes e tendo efeitos indiretos imprevistos nos ecossistemas marinhos.

Via:Olhar Digital

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