A Grande Barreira de Corais fica localizada na costa da Austrália e é o maior organismo vivo da Terra, sendo visível até mesmo do espaço. O ecossistema tem 2.300 km de extensão, contando com milhares de recifes e abrigando inúmeras espécies de peixes, moluscos e estrelas-do-mar, além de tartarugas, golfinhos e tubarões. Mas toda esta diversidade está em risco por conta de um fenômeno chamado de branqueamento de corais.
Corais foram expostos a níveis de estresse térmico extremos
Imagens de drones feitas em um dos pontos da Grande Barreira de Corais foram analisadas por pesquisadores das Universidades Macquarie, James Cook e Griffith. Eles concluíram que 97% dos corais existentes ali estão mortos.
Segundo eles, esta é a primeira avaliação quantitativa da mortalidade de corais desde o último evento de branqueamento em massa. Os especialistas observam que, de acordo com outros levantamentos aéreos, quase um terço da Grande Barreira de Corais experimentou níveis de estresse térmico “muito altos” e “extremos” no verão passado
O último branqueamento em massa da Grande Barreira de Corais foi confirmado em março de 2024. Este foi o quinto fenômeno do tipo em um período de apenas oito anos.
A situação é tão grave que, nos últimos dias, a Unesco pediu ao governo da Austrália que adotasse medidas urgentes para proteger o ecossistema. A entidade também solicitou que as autoridades australianas divulguem os dados sobre o fenômeno de branqueamento mais recente “o mais rápido possível” para que os cientistas possam entender a gravidade do evento e estudar que medidas podem ser tomadas para mitigar os impactos.
Prejuízo para todo o ecossistema oceânico
De acordo com os cientistas, o fenômeno é causado pelo aquecimento excessivo do mar e pode resultar na morte de organismos espalhados por extensas áreas de recifes tropicais, incluindo partes da Grande Barreira de Corais da Austrália.
Em função das mudanças climáticas e dos efeitos do El Niño, fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial, pesquisadores alertaram que este poderia ser o pior evento de branqueamento da história do planeta.
Com o estresse térmico, os corais expulsam as algas coloridas que vivem em seus tecidos.
Sem elas, os organismos ficam pálidos (sem as vislumbrantes cores) e vulneráveis a doenças e à fome, já que boa parte da sua energia vem da fotossíntese feita por essas algas.
Como corais são enormes refúgios de peixes e outras espécies, o fenômeno pode ser catastrófico para todo o ecossistema oceânico.
Além disso, deve impactar a pesca e turismo, que dependem de recifes saudáveis e coloridos para atrair mergulhadores.
Via:Olhar Digital