Dinossauro que viveu na Bahia recebe o nome de Tieta
Ciência
Publicado em 26/04/2024

Uma nova espécie de dinossauro foi descoberta na região do Recôncavo Baiano a partir da análise de fósseis coletados entre 1959 e 1906 que foram extraviados. O animal recebeu o nome de Tietasaura derbyana – em alusão a uma das obras mais icônicas do escritor Jorge Amado, “Tieta do Agreste”.

Conduzido por cientistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), responsáveis pela descrição da nova espécie, o estudo foi relatado em um artigo publicado na revista Historical Biology este mês (acesse aqui a versão pré-publicação).

De acordo com os pesquisadores, a ossada recuperada é a mais antiga já encontrada na América do Sul do grupo dos ornitísquios, com estimados 130 milhões de anos.

O nome da nova espécie também homenageia o geólogo e naturalista Orville A. Derby, fundador do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil e um dos pioneiros da paleontologia brasileira. 

O que o dinossauro tem em comum com Tieta do Agreste

“No caso da obra Tieta, a personagem sai da cidade dela, some um tempo e depois volta trazendo um furdunço pra onde ela nasceu. E esses materiais, numa alusão à história, fizeram a mesma coisa. São levados do Brasil há muito tempo e agora retornam com essas novas informações científicas e essa nova espécie de ornitísquia para o país”, explicou à Agência Brasil uma das autoras do estudo, a paleontóloga Kamila Bandeira.

Segundo ela, a Tietassaura é a primeira espécie no Brasil de um dinossauro do grupo dos ornitísquios, de alimentação herbívora, caracterizados pelo focinho em forma de bico e pela estrutura da pélvis semelhante à das aves. Além disso, é notável a tendência da região em abrigar esses animais.

“A Tietassaura foi descrita com outros materiais de dinossauros na mesma pesquisa. Esses materiais são os mais antigos coletados na América do Sul. Hoje em dia temos uma diversidade muito alta de espécies na Argentina, no Brasil também. Mas os primeiros dinossauros da região foram coletados na Bahia”, revela a pesquisadora.

Esses materiais eram considerados perdidos, mas foram encontrados recentemente no Museu de História Natural de Londres. Ainda não há previsão de retorno dos fósseis para o Brasil.

Via:Olhar Digital 

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