Em depoimento exclusivo à Vogue Brasil, a atriz conta sobre a preparação de Lúcia, personagem investigadora da Polícia Civil que convive com o alzheimer, em produção que pré-estreia hoje nos cinemas e premiou a artista no Festival de Gramado de 2020 como Melhor atriz.
“Estávamos terminando a segunda temporada de Segredos de Justiça, quando Pedro Peregrino me convidou a ler o roteiro. A ideia me fascinou imediatamente, primeiro por ser uma história contada sobre uma mulher e vista pelo ponto-de-vista dela mesma. Achei coerente usar um drama psicológico para abordar as muitas questões femininas. Tenho certeza de que as mulheres vão se identificar com a tensão vivida por Lúcia.
Fiz voluntariado num asilo de idosos e conheci uma senhora que gostava de ler. Sabendo disso levei um livro do Dalai Lama. Do nada ela teve uma explosão de raiva, me xingando. Na hora, fiquei aturdida, imaginando o que teria causado aquilo.
Quando fui fazer a pesquisa para o filme, fiquei sabendo que essa reação é bastante comum no quadro do alzheimer. Tivemos a consultoria da Dra. Mariana Spitz e a leitura do livro Vivendo No Labirinto, de Diana Friel McGowin. E que justamente a pessoa que escreveu foi diagnostica com a alzheimer aos 45 anos.
(Foto: Desireé do Valle / Divulgação)
A obra serviu muito como referência para personagem Lúcia – um mergulho pra mim, uma aproximação da realidade que o ator precisa para dá vida ao personagem. E isso, acabou me levando a conhecer e identificar outras questões. Foi um aprendizado posso dizer. Encontrar um personagem sempre é um momento de enorme ensinamento.
Conversei bastante com a Dra. Mariana Spitz, neurologista, para entender os sintomas. Sendo atriz e não estudiosa do mal de alzheimer, espero que a descoberta da causa do mal possa estar mais próxima. Então, creio que toda a oportunidade de discussão é bem-vinda, como é o caso do filme.
A empatia, acolhimento e disponibilidade são bem-vindos em qualquer situação. Para a família, o mais importante é entender as questões que a doença traz ao paciente e ter empatia: não pontuar os esquecimentos e nem cobrar a estabilidade do humor. Fora os cuidados que o médico recomendar, entender que, do mesmo modo que é desafiador para quem está perto, é ainda mais para quem está acometido.”
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