Dias antes de voltar para a Terra, o astronauta Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA), conseguiu fazer mais um de seus belos registros fotográficos a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Desta vez, o francês captou uma das mais impressionantes auroras já vistas por ele durante toda sua missão. O evento foi resultado da entrada de partículas ejetadas por tempestades solares ocorridas entre o fim de outubro e o início de novembro.
Nossa atmosfera foi bombardeada com partículas altamente carregadas de radiação solar, resultantes da ejeção de massa coronal, à medida que o Sol entrava em uma fase particularmente ativa de seu novo ciclo climático.
Aurora captada por Thomas Pesquet foi resultante de tempestade solar que atingiu a Terra. Imagem: Captura de tela Twitter
Entre os diversos efeitos que isso pode causar à Terra, está a ocorrência de fenômenos naturais deslumbrantes, visíveis tanto do solo quanto da órbita. “Fomos brindados com as auroras mais fortes de toda a missão, na América do Norte e no Canadá”, twittou Pesquet, postando a foto de tirar o fôlego. “Picos incríveis mais altos do que nossa órbita, e voamos bem acima do centro do anel, ondas rápidas e pulsos por toda parte”.
De acordo com o site Futurism, as partículas de radiação do Sol que ficam presas na magnetosfera da Terra, o escudo magnético que envolve nosso planeta, desencadeiam as auroras quando alguns desses raios passam e colidem com átomos na parte superior da atmosfera da Terra, liberando energia na forma de luz.
Nos últimos dias, a atividade do Sol atingiu um pico febril, um período também conhecido como máximo solar, durante seu ciclo de 11 anos. Esse trecho vê mais atividade, tornando as auroras ainda mais frequentes.
O que é uma tempestade solar
De acordo com a Nasa, as tempestades solares (também conhecidas por erupções solares) são explosões massivas de radiação do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela. Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras, com os de classe C relativamente fracos, os de classe M mais moderados e os de classe X como os mais fortes.
“A classe X denota as chamas mais intensas, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força”, explicou a agência em comunicado. “Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente. Sinalizadores classificados como X10, os mais fortes, são incomumente intensos”.
As auroras registradas por Pesquet foram causadas por uma explosão solar X1. Antes dessa, uma erupção de grau X1.6, que aconteceu em 3 de julho deste ano, foi a mais forte do atual ciclo solar. Esses ciclos (cuja nomenclatura formal é Ciclo Solar de Schwabe) ocorrem em intervalos de 11 anos, quando ocorre uma série de fenômenos no Sol. Atualmente, nossa estrela está em seu ciclo número 25.
Essas erupções enviam partículas carregadas de radiação solar à incrível velocidade de 1,6 milhão de km/h, podendo atingir até mais nos casos de sinalizadores de maior classificação. Normalmente, levam alguns dias para chegar à Terra.
Via: Olhar Digital