Greta Van Fleet mostra evolução musical em novo disco: 'Tempo na estrada nos deu experiência' [ENTREVISTA]
16/04/2021 11:10 em Música

Foto: Matthew Daniel Siskin

Em conversa com a Rolling Stone Brasil, baterista Danny Wagner conta como a experiência na estrada ajudou no álbum The Battle At Garden's Gate.

Para um músico, não há escola melhor do que o palco e a vida na estrada. A prática do dia a dia, do show após show e do perrengue após perrengue o leva a outros níveis de crescimento musical e pessoal. The Battle At Garden's Gate, segundo álbum da "novata" banda Greta Van Fleet, lançado nesta sexta, 16, prova essa teoria. 

Alçados à "nova salvação do rock" e tocando sem parar ao redor do mundo nos últimos anos - inclusive, sendo uma das atrações do Lollapalooza Brasil de 2019 e conquistando os fãs brasileiros -, o Greta Van Fleetchegou "tinindo" ao estúdio para gravar o novo disco após inúmeros concertos realizados. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, o baterista Danny Wagner contou sobre o processo:

"Estivemos os últimos anos rodando na estrada e adquirindo conhecimento e experiência. Então, quando as turnês pararam e fomos para o estúdio, realmente nos impressionamos consigo mesmos como músicos, pois estávamos com muito mais prática e conhecimentos técnicos. Ter tocado tanto ao vivo fez a grande diferença na hora de fazer o álbum."

Danny Wagner, o único do grupo que não faz parte da família de irmãos Kiszka, formada por Josh (vocal), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), continuou: "O álbum representa a evolução da banda e o crescimento musical e pessoal de cada um dos integrantes. É um disco cinemático e bastante intenso."

Acusados de "copiarem" o som criado por bandas clássicas de rock da década de 1970, como o Led Zeppelin, por exemplo, desta vez o Greta Van Fleet ampliou o leque de referências.

"Procuramos ouvir um monte de bandas diferentes, mas não somente pelos sons, mas também pelos ideais. Pelo que eles dizem, no que acreditam e o que os fazem fortes e tão grandes. E sempre caímos nos Beatles, que são os maiores de todos", revelou o músico.

Capa de The Battle At Garden's Gate

 

Era da psicodelia

Com músicas longas e solos de guitarras enormes, The Battle At Garden's Gate  apresenta uma sonoridade viajante e de atmosfera psicodélica. A música "Age of Machine" ultrapassa os seis minutos de duração, enquanto "The Weight of Dreams" tem quase nove. Apenas duas faixas, "Built By Nations" e "Tears of Rain", tem pouco menos de quatro minutos.

"O álbum realmente tem canções um pouco longas", afirma Danny, e explica: "Nós nunca compomos pensando no tempo que as canções devem ter; se precisam ser curtas, rápidas ou consumíveis. Vamos sentindo as energias delas e às vezes acabam ficando compridas. Acontece muito isso e é divertido. Acreditamos que assim elas estão em suas formas mais verdadeiras."

 

O sol de Los Angeles

Originais da cidade de Frankenmuth, do estado de Michigan, o Greta Van Fleet aponta a mudança de localidade como um dos fatores que influenciou a direção do novo álbum. The Battle At Garden's Gate foi gravado em Los Angeles com o produtor Greg Kurstin, que já trabalhou com Paul McCartney, Foo Fighters e Adele.

"O engraçado é que muitas das novas músicas são antigas. 'Heat Above', por exemplo, foi escrita há seis ou sete anos. Várias músicas do disco nós vinhamos escrevendo durante os anos e nunca as terminávamos. Quando voltamos a trabalhar nelas, eu amei as mudanças que fizemos porque mostra quem somos agora.", disse o baterista.

"E, definitivamente, Los Angeles nos fez ter uma outra visão sobre essas músicas antigas que escrevemos em outros lugares do mundo. O astral da cidade nos fez melhorá-las", enfatiza Danny antes de finalizar: "Se você for escutar o álbum inteiro, do início ao fim, eu recomendo ouvi-lo à noite, e de preferência olhando para as estrelas. Para mim, é o horário que ele funciona melhor."

 

 

Por: RollingStone

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